Por: Fernanda Tenório
Paredes desgastadas, tijolos em destaque, cadeiras jogadas em meio à imagem, muros sujos e calçadas cheias de lixo. Cenas corriqueiras que chamam a atenção apenas por despertarem desgosto e repúdio. Entretanto, quando esses cenários se misturam à arte humana, uma nova visão pode ser percebida e apreciada.
A mostra de Eduardo passa esse conceito. O fotógrafo abusa de efeitos da luz e a sombra para realçar as construções. Considerados manifestações artísticas, lambes-lambes, pipas presas em fios elétricos, cadeados e correntes em fiteiros, tela de proteção em prédios são capturados pelas lentes de Eduardo. Tudo tem um propósito artístico e acrescenta ao quadro urbano.
Nem o tempo conseguiu deteriorar os feitos humanos, que tendem a modificar o meio social. A cidade assume um visual novo para os seus moradores, transformando-se em recordações de outras figuras de expressão, mas nunca deixando de guardar em suas paredes a história de suas origens. É o homem escrevendo um novo espaço.
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